O mês de setembro de 2013 foi marcado por duas novas leis na área da
educação. A primeira, que destina 75% dos royalties do petróleo e 50% do
Fundo Social do Pré-Sal para a educação. A segunda, que versa sobre a
estruturação do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal. A
partir de agora, a titulação de doutor passa a ser requisito para
ingresso na carreira do magistério superior nas universidades federais.
Outro fato relevante foi a divulgação do Censo da Educação Superior de
2012. De acordo com os números a educação superior brasileira
ultrapassou a marca de sete milhões de alunos. Corresponde a uma
elevação de 4,4% em relação a 2011. Ao todo, o Brasil conta com
7.037.688 alunos matriculados em cursos de graduação, em 31.866 cursos.
O país tem cadastradas 2.416 instituições, sendo 304 públicas e 2.112
particulares. O Censo mostrou ainda que, no ano passado, 2.747.089
alunos ingressaram no ensino superior, enquanto 1.050.413 concluíram
seus cursos. As universidades são responsáveis por mais de 54% das
matrículas. As faculdades concentram 28,9%. Os demais estão nos centros
universitários.
Foram divulgados também os resultados preliminares do Censo da Educação
Básica de 2013.
Mereceu destaque a XVI Bienal do Livro do Rio de Janeiro. A edição deste
ano contou com número recorde de autores internacionais na programação
principal.
Foram aprovadas as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os
cursos de graduação em Jornalismo e Relações Públicas.
Outro tema que foi registrado é que o Brasil perdeu oito posições no
ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial. O país ocupa
agora a 56ª posição entre 148 nações listadas. Especialistas indicam que
a queda do Brasil em alguns indicadores explica a perda de posições na
lista. O ranking analisa 12 tópicos, como inovação e infraestrutura.
Itens como inflação, educação e qualidade de vida também são
considerados. Outros países considerados em crescimento, como México e
África do Sul ultrapassaram o Brasil na lista.
A Secretaria de Supervisão e Regulação da Educação Superior do
Ministério da Educação descredenciou uma faculdade do Distrito Federal.
Foi a primeira vez que se aplicou as novas regras de transferência
assistida dos alunos, que foram definidas recentemente.
Uma pesquisa foi divulgada apontando que 23% dos alunos com 16 anos ou
mais acham que a educação integral é uma forma de evitar criminalidade,
violência e o uso de drogas. Mais de dois mil alunos, a maioria de
escolas públicas, de 132 municípios brasileiros, foram entrevistados. O
estudo teve como objetivo levantar o tema educação integral e avaliar o
conhecimento dos brasileiros sobre o assunto.
O Ministro da Educação editou estabelecendo as diretrizes e normas
gerais para o funcionamento dos colégios de aplicação vinculados às
universidades federais. Embora seja um ato específico para as
universidades, centros universitários e faculdades mantidas pela União,
o mesmo define que "consideram-se colégios de aplicação as unidades de
educação básica que têm como finalidade desenvolver, de forma
indissociável, atividades de ensino, pesquisa e extensão com foco nas
inovações pedagógicas e na formação de docentes”.
Um estudo revelou que o faturamento das instituições particulares de
ensino superior cresceu 30% de 2011 a 2013. O documento aponta que os
ganhos subiram de R$ 24,7 bilhões para R$ 32 bilhões neste período,
considerando estimativas de 2013. Especialistas destacaram recentes
fusões entre grandes instituições como um dos principais motivos do
aumento, além do crescente contingente de alunos no ensino superior,
cerca de cinco milhões de estudantes o Brasil inteiro.
O Movimento Todos Pela Educação promoveu, em Brasília, o congresso
'Educação: agenda de todos, prioridade nacional'. O evento foi realizado
na sede do Conselho Nacional de Educação (CNE).
No âmbito regional, destaque para o IV Congresso Sergipano de Educação,
promovido pela Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do
Estado de Sergipe.
O mês de setembro registrou também um relatório divulgado por uma
empresa multinacional mostrando que os cientistas brasileiros publicaram
46,7 mil artigos científicos em periódicos em 2012. O número é
equivalente a 2,2% de toda produção publicada no ano passado e colocou o
Brasil em 14° no ranking mundial de publicações de 2012.
Nos últimos 20 anos, o país subiu dez posições nesse ranking. A primeira
colocação no ano passado ficou com a China, seguida por Estados Unidos e
Japão. A área que mais produziu artigos no Brasil foi a de medicina
clínica, logo após aparece a ciência de plantas e animais, e ciências
agrárias.
Um estudo mostra que existem 240 instituições de ensino superior aptas a
trabalharem com cursos de graduação e/ou pós-graduação metodologia a
distância. Somente esse ano foram seis novas IES. O censo de 2012 mostra
que o aumento da demanda na EAD foi de 12%, enquanto que na presencial
foi de apenas 3%
A Portaria publicada pelo Ministério da Educação fez a acreditação de 32
cursos ministrados por 24 instituições (publicas e particulares), o que
permite o acolhimento de diplomas expedidos por instituições de ensino
superior situadas no Mercosul e Estados Associados.
O ato tem por base o "Acordo sobre a Criação e a Implementação de um
Sistema de Acreditação de Cursos de Graduação para o Reconhecimento
Regional da Qualidade Acadêmica dos Respectivos Diplomas no MERCOSUL e
Estados Associados", aprovado por decisão de 2008, do Conselho Mercado
Comum, e por Decreto Legislativo no 131, de 2011.
Fato positivo foi que o Brasil ficou em primeiro lugar na 28ª Olimpíada
Ibero-Americana de Matemática (OIM), disputada no Panamá. A equipe
brasileira foi representada por quatro estudantes que ganharam medalhas
de ouro e prata. A competição reuniu 78 jovens, entre 13 e 18 anos de
idade, de 20 países da América Latina, além de Portugal e Espanha.
É o segundo ano consecutivo que o Brasil conquista a primeira colocação
geral da OIM. Os brasileiros somaram 158 pontos, contra 154 de Portugal
e 153 do México. Os alunos responderam durante dois dias questões sobre
álgebra, teoria dos números, geometria e combinatória. Participaram da
competição Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica,
Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua,
Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Porto Rico, Uruguai e Venezuela.
No âmbito internacional, um instituto de pesquisas dos Estados Unidos
apresentou estudo apontando a língua japonesa como a mais difícil de ser
aprendida por pessoas que têm o inglês como primeiro idioma. O português
apareceu como uma das mais fáceis para esse mesmo público. O ranking
considerou o número de horas suficientes para aprender cada idioma. O
japonês leva cerca de 2.200 horas de aprendizagem. O árabe e o chinês
foram outras línguas consideradas mais difíceis para aprendizado entre
os nativos de língua inglesa.
Outra notícia daquele país é que o titular da área de educação
apresentou uma proposta sugerindo que as escolas norte-americanas adiem
suas atividades matutinas, retardando o início das aulas dos estudantes
do período da manhã. Para ele, começar as aulas um pouco mais tarde pode
melhorar o desempenho dos alunos. Atualmente, o governo americano
permite que as aulas comecem entre 7h e 9h, de acordo com a preferência
de cada estado. A diretora do centro de pesquisas aplicadas em
desenvolvimento da educação de uma universidade, defende que os jovens
precisam de uma boa noite de sono para ter desempenhos satisfatórios na
escola, além de evitar problemas como depressão e obesidade. Segundo
ela, que estuda esse tema há 17 anos, os adolescentes necessitam de
descanso para encarar o dia-a-dia. A preocupação é compartilhada por
outros especialistas do país, que compartilham da ideia de que um jovem
que dorme mal apresenta dificuldades de aprendizado. Diante do quadro,
algumas cidades já adotaram a técnica de adiar a entrada dos alunos do
turno da manhã, o que pode se transformar em uma tendência nos Estados
Unidos.
Uma associação voluntária de advogados e estudantes de direito, divulgou
um documento preliminar com propostas para reformar o ensino de Direito
nos EUA. A associação criou um grupo de trabalho no ano passado e vem
estudando soluções nesse sentido. O colegiado já apresentou cinco
medidas para colocar em debate na sociedade. Um dos pontos abordados é o
alto custo de um curso de Direito no país, o que acaba endividando e
criando uma pressão muito grande sobre os estudantes. A reforma também
foca o mercado de trabalho, que não é mais tão vasto quanto antes para
os novos formados.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil recebeu o
vice-ministro da Educação e Pesquisa da Alemanha para tratar de uma
cooperação bilateral em diversas áreas, como ciências do mar,
bioeconomia e sustentabilidade, entre outras. As relações entre Brasil e
Alemanha no ramo tecnológico vêm desde 1996, quando os dois países
assinaram o Acordo-Quadro sobre Cooperação em Pesquisa Científica e
desenvolvimento Tecnológico.
Assim foi setembro, mês em que se comemora o Dia da Pátria. O fato foi
pouco comemorado no Brasil e nas escolas existiram reduzidas cerimônias
cívicas..
(IPAE 186
– 10/13)
EXPEDIENTE
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Educação
em Foco
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da Educação
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Administração da Educação
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Moreira Alves
Edição e Administração
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FICHA CATALOGRÁFICA
Educação
em Foco
- Nº 1 ( 1987). - Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas e
Administração da Educação, 1980 - N.1 ; 29.5 cm - Mensal Publicação
do Instituto de Pesquisas e Administração da Educação.
ISSN - 0103-0949
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