Editorial |
O
ano de 2004 marca os 100 anos da educação a distância
no Brasil.
Segundo estudos e pesquisas foi em 1904 que se instalou no Brasil as Escolas Internacionais, marco referencial para que se iniciasse a aplicação de então nova tecnologia na transmissão da aprendizagem. Numa primeira fase ensino por correspondência era a única alternativa para se levar, sem a presença física do professor, a educação. Mais tarde , em 1923, surgia o rádio no Brasil e com função educativa. Poucos anos depois, em 1927, criou-se o cinema-educação e alguns programas foram bem mais tarde elaborados, somando-se aos meios até então disponíveis. Outras unidades educacionais e serviços públicos foram criados para facilitar a democratização do saber durante a primeira metade do século 20. Em 1950 o Brasil elaborou o projeto da TV Educativa, contudo,por falta de verbas , só veio a ser implantado quase vinte anos depois. Nessa época o país exerceu uma liderança no campo da educação a distância mas, por falta de ousadia do Governo,as novas iniciativas – como implantação da Universidade Aberta e a Distância – houve estagnação e retrocesso, se compararmos com outros países. Com o advento da informática e seu uso na educação voltamos a ter progresso, entretanto a ausência de uma política nacional tem restringido os investimentos por parte da iniciativa privada. Ao chegarmos ao 100º aniversário não temos muito a comemorar. Existem ainda poucas instituições educacionais com programas de EAD. Das mais de 220.000 escolas , entre públicas e privadas , talvez somente 200 adotem a metodologia como forma regular de ensino. Somam-se empresas que, por suas universidades corporativas e centros de desenvolvimento de recursos humanos, contribuem para aumentar, um pouco, essa estatística . Pontos positivos merecem destaque e, dentre eles, os encontros e congressos de educação a distância, inicialmente organizados pelo Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação e hoje pela Associação Brasileira de Educação a Distância. Esses eventos contribuem e vem auxiliando a pressão da sociedade civil para a existência de liberdade de aprender e ensinar com uso de tecnologia adequadas às necessidades populacionais . Há esperança de que o governo reduza sua interferência e, com mais liberdade , a educação a distância progredirá e reduzirá desigualdade sociais .
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Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação | ( 128 ) |
10/2004 |